terça-feira, 8 de julho de 2008

"Quando dei por mim, estava sentada na relva. Na relva de um jardim desconhecido. Um jardim tão verde como a esperança, com as flores mais exóticas, inimagináveis e coloridas que se poderiam imagina, com as árvores mais belas e frondosas que alguma vez tinha visto.
Era o jardim quase perfeito. E eu estava nele.

E sentia o sol aquecer-me o rosto, respirava o ar perfumado, ouvia brisa passando entre as folhas e observava as formigas transportando algo para o formigueiro.

Era o jardim quase perfeito. Mas eu sentia-me incompleta.

Sentia falta das minhas paixões. Sentia falta do papel e da caneta com os quais registo estes momentos de inspiração.

Sentia falta da minha insignificante máquina fotográfica, com a qual gosto de registar a beleza do mundo que me rodeia.

E naquele jardim quase perfeito, eu fiquei triste e chorei. As minhas lágrimas salpicaram a relva verde e perfumada.

E como que por magia, como se tivessem adivinhado o meu estado de espírito, as nuvens negras cobriram o céu. O vento tornou-se agreste e uivou com toda a força, fazendo esvoaçar os meus caracóis. Ouvi um trovão.

E quando a primeira gota de chuva me tocou nos lábios, abri os olhos.

Tinha adormecido no meu jardim. Não era tal jardim quase perfeito, e eu não estava sentada na relva verde. Mas era o meu jardim. E nas minhas mão eu apertava a máquina fotográfica. E ao meu lado, no chão, um bloco de papel mostrava que já tinha sido alvo da minha caneta Bic.

Era o meu jardim. As minhas paixões estavam comigo.

E o sol brilhava."

Mais uma noite de insónias, mais um destes textos com situações irreais.

Confesso que ao reler o texto achei que não estava grande coisa, e fiquei com dúvidas com o uso da palavra "paixão". Mas publico-o na mesma, afinal de contas este é o meu blog. E daqui a uns tempos poderei comparar a minha escrita. Afinal de contas, como já disse num dos primeiros posts... estou em metamorfose constante....

1 comentário:

Nisa Benthon disse...

maravilhosa forma de ver e usar as palavras... tb acho q somos metamorfos sempre q relemos nossas palavras publicadas ^^

beijos

nisa benthon