segunda-feira, 17 de setembro de 2012

#2 - Letter to your crush

É a segunda vez que começo esta carta. Passei os últimos 5 minutos à procura de um lápis - os lápis 3H quase que não escrevem, sabias?
És mais do que uma crush. Mas és a única pessoa que se enquadra nesta carta, obviamente.
Bolas, tinha tantas palavras bonitas na minha cabeça e agora não me sai nada.
Somos tão iguais e tão diferentes ao mesmo tempo, já reparaste? Como quando dizemos a mesma coisa em unissono, porque tínhamos os pensamentos em sincronia? Ou quando as nossas opiniões divergem e surgem aquelas longas discussões e conversas pela tarde dentro?
Às vezes pregas-me sermões e eu prego-te os meus, também. Mas secretamente, acho que tens sempre razão. Só não to digo, porque sou demasiado orgulhosa.
Nunca me ofereceste flores, nem jóias. Não importa. As flores morrem, e eu nem bijuterias uso. Mas ofereceste-me o grifo de peluche - que além de ser uma prenda tua, é duplamente especial. Se pensares bem, simboliza a nossa relação. Como nos conhecemos, como a nossa história evoluiu. Durmo sempre com ele ao lado da minha almofada, com os seus olhos grandes e braços abertos.
Não sei se tens noção, mas já escrevi uma página do meu velhinho caderno A5 - ainda tem sumários de aulas de Área de Projecto, de 2009. Sei que não gostas lá muito de escrever. Achas que conseguias escrever-me assim uma carta, que não é carta? Estive a reler o que escrevi até agora, e parece-me mais uma mensagem sem sentido para ti, do que propriamente uma carta.
Gosto de fazer planos contigo para um futuro hipotético - sou realista, sei que de um dia para o outro tudo desaparece. Mas enquanto continuamos felizes na companhia um do outro, quero planear a viagem a Londres. Mesmo que ela nunca aconteça. Mesmo que as nossas viagens sejam apenas de metro, até onde Lisboa nos permitir. Contigo eu estou bem, e é isso que importa.

16/09/2012, 04h18

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