segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Clean your drawers, clean your mind

Não percebo grande coisa de psicologia mas tenho uma teoria para a minha obsessão em guardar todas as tralhas que vou encontrando: sempre precisei de ter algo a que chamar meu, algo que só eu soubesse o paradeiro. Talvez por ser a irmã mais nova, e sentir que maior parte das coisas que gostava (livros, cd's de música) eram realmente do meu irmão, e não minhas. Por isso, cheguei a uma certa altura e comecei a juntar no meu quarto todas as tralhas que ia encontrando: Se encontrava um caderno antigo do meu irmão, enfiava-o numa gaveta. Se encontrava um livro do meu pai perdido algures pela casa, enfiava-o numa gaveta. Se algum chocolate/pastilhas/chupa-chupa tinha uma embalagem especial, ou trazia algum brinquedo, lá ia parar a uma gaveta. And so long. Fui crescendo. Fui guardando todos os bilhetinhos que trocava nas aulas. Fui guardando talões de compras.

Com o passar dos tempos, acho que fui chegando ao ponto de viragem. Ao ponto em que me sinto madura o suficiente para largar todas as coisas sem importância que juntei, e guardar apenas o que é realmente meu, o que realmente importa. Afinal, less is more.

E com isto tudo, fiz limpezas. Comecei por deitar fora papeladas, maquilhagem dos chineses, velas velhas, tralhas de plástico, e arrumar todos os livros que tinha encontrado perdidos. E assim esvaziei três gavetas do meu quarto cá da terra. Depois, de volta a Lisboa, lancei-me a todos os envelopes com talões que tinha acumulado. Comecei por deitar fora os dos almoços (Afinal de contas, já os tinha comido), depois os do multibanco (não me interessa se há 2 anos atrás tinha X ou Y euros na conta). E assim, aos poucos, rasguei e deitei fora praticamente todos os talões que tinha acumulado (excepto alguns que me lembraram ocasiões especiais e assim). E por aí adiante.

Ganhei montes de espaço. E não sinto falta de nada.


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