segunda-feira, 26 de maio de 2014

Talk English to me.

Apesar de ter mudado de faculdade para fazer o mestrado, não abandonei os grupos do Facebook onde entrei durante a licenciatura. Apesar de serem grupos para supostamente as pessoas divulgarem informações, procurarem grupos e coisas do género, a verdade é que de vez em quando geram-se por lá discussões (parece incrível como uma faculdade relativamente pequena consegue estar tão mal organizada e gerar tantos conflictos). E as pessoas fazem comentários tão estapafúrdios (entre largar ao insulto a torto e a direito, comentários sarcásticos, sugestões parvas e por aí adiante) que às vezes só me apetece ir buscar um balde de pipocas e passar um bom bocado a assistir ao filme.
Anyways.
Apesar de se queixarem a torto e a direito dos professores (esta gente é tão mariquinhas), há uma queixa da qual sei que têm razão (o único professor que odiei na minha vida - e eu sou bastante benevolente, acreditem). Vai daí, surgiu uma cartinha (a n-ésima dos últimos anos) dos alunos a fazerem queixa do professor.
Eu vi a carta - porque foi publicada num dos grupos do facebook. Comecei a ler o primeiro parágrafo e relembrei todos os comportamentos erráticos daquele professor (não havia nenhuma queixa exagerada naquele parágrafo, infelizmente). 
Depois passei ao segundo parágrafo. E vai daí desatei a rir (e agora é que começa o conteúdo do post). O segundo parágrafo era uma queixa sobre os conteúdos da cadeira (aka slides do professor) estarem escritos em inglês.
Se há coisa que me dá uma raivinha descomunal no meu curso é as pessoas queixarem-se que as coisas estão sempre em Inglês. Juro, dá-me vontade de desatar ao estalo.
Estamos a falar de informática. Todas as linguagens de programação têm como primitivas como "if", "for" e "while", não existem "se", "para", "enquanto". Os papers publicados e apresentados em conferências estão sempre escritos em inglês, quer sejam escritos por portugueses, ingleses, espanhóis, chineses ou russos. Os livros técnicos são publicados em inglês. E as pessoas ainda vêm para um curso de informática com a ideia de que vão ter a papinha toda feita em português e queixam-se se têm de ler inglês. 
Sim, eu sei, é uma linguagem diferente, e por vezes é difícil compreender a 100%. Mas será assim tão difícil fazer um esforço, tendo em conta que 99.99999999999% dos materiais vão estar numa lingua diferente?
(E seria assim tão difícil para as faculdades com cursos de informática fazerem logo um teste de inglês no 1º ano?)
 

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