segunda-feira, 3 de agosto de 2015

I don't wanna grow up

Ha uns posts atrás mencionei o website-parecido-com-o-tinder-mas-para-empresas-e-candidatos e como tinha uma entrevista de emprego marcada.
Foi na terça passada (meu deus, ainda nem uma semana passou). Era para ter sido por Skype, mas o senhor que me entrevistou estava com dificuldades técnicas, e por isso passou a ser por telefone (o que é uma treta porque mesmo com phones e com o volume no máximo, o som do meu telemóvel é cocó). Apesar de não ser a primeira entrevista de emprego e de a ter encarado com mais descontracção que a anterior, estava horrivelmente nervosa. Gaguejei, enrolei a língua a falar (ah, sim, era em inglês), pedi para repetir perguntas umas N vezes, dei imensos risinhos nervosos, e no fim ainda me espalhei nas últimas perguntas (sobre coisas que dei há 3 anos atrás e que não uso regularmente, pois). Não fiquei com muitas esperanças de ter resposta positiva, mas sinceramente, estava cansada demais para me preocupar.

Não sei se acontece com vocês (digo eu, dirigindo-me aos hipotéticos leitores do meu blog que nem sei se existem), mas estar nervosa cansa-me. A cabeça anda ali a mil a criar todos os cenários possíveis e imaginários (e pessimistas, claro), o corpo treme e é preciso estar ali a controlar os músculos, e quando finalmente o evento que nos causou nervos acaba e os pensamentos maus desvanecem, percebo que estou fisicamente cansada - tal foi a tensão que apliquei nos músculos. Naquele dia foi isso. Fui para o centro de investigação tentar trabalhar na tese e não fiz nada de jeito.

Nesse mesmo dia recebi um e-mail a perguntar o que tinha achado da entrevista. Respondi ao final do dia. Enviei outro e-mail (relacionado com a tese). E no fim, tirei o som ao telemóvel, não olhei para ele até ao dia seguinte e tentei relaxar o resto da noite. A resposta apareceu algures a meio da manhã. Ou depois de almoço. Não me lembro. Queriam marcar uma entrevista presencial.
Ah, pois.

Algures este mês vou ter a minha primeira entrevista de emprego "à séria", in-site, com pessoas ao vivo. Ah, sim. E vou ter a minha primeira-vez de muitas coisas (vá, não sejam dirty minded), isto porque 1) A entidade em questão não é portuguesa nem tem sedes em Portugal e portanto 2) vou ter que fazer uma viagem de avião e passar uma noite num hotel e 3)nunca andei de avião sozinha e 4) nunca comprei bilhetes de avião e 5)muito menos reservei um hotel e 6)também nunca fui responsável por tratar destas coisas (quando fomos a londres pesquisei imensa coisa mas o meu namorado acabou por tratar de tudo) e 7) toda a minha cabeça já forma os maiores filmes sobre quão mal as coisas vão correr. Não me vão aceitar os cartões. Não vou encontrar o sitio da entrevista. Vou-me perder. Vou ficar sem dinheiro. Não vou encontrar o sítio do hotel. Não vou conseguir fazer check-in no hotel. Vou perder o avião. A entrevista vai correr mal. Etc e tal. Amanhã (hoje) vou ter que começar a tratar do processo. Definir quais são as datas. Obter o patrocínio que a empresa para para ajudar às despesas. Tratar de tudo. (Contar aos meus pais).
Medo. Muito medo. Odeio ser tão insegura.

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