sábado, 30 de janeiro de 2016

Past the point of no return, the final threshold...

Já tinha mencionado aqui que andava à procura de emprego fora de portugal. Não foi uma decisão precipitada, foi um misto de várias conversas, várias pesquisas na internet, muitas horas dedicadas a pensar no assunto, e uma viagem a Londres. Ainda assim, foi uma decisão um bocadinho arriscada, um bocadinho louca. Mas tanto eu e o meu namorado achámos que era um bom próximo passo para os dois. Uma nova aventura, sair da zona de conforto e isso tudo.

Quando acabei a tese comecei a procurar. Vá, dei a mim própria alguns dias para descansar. Mas comecei a procurar. Fui procurando startups e afins, e quando não consegui encontrar mais empresas específicas avancei para as recrutadoras (um middle-man entre a empresa e o candidato). 

Não tem sido fácil. Apesar de ser um risco calculado, a minha família fez questão de me dizer que não iria conseguir por não ter experiência (porque aparentemente nos outros países as pessoas saem da faculdade com 1 ou 2 anos de experiência laboral, certo?). Fizeram questão de me estragar o jantar de Natal (bom, ao menos agora já posso odiar o Natal como deve ser). E eu? Eu continuei à procura e comecei a esconder-me. Deixei de ir à terra (desde o Natal fui 1 vez, e levei o meu namorado como protecção). E como vivo com o meu irmão, comecei a esconder-me dentro de casa, fazendo a minha vidinha de modo a que quando ele chega a casa do trabalho, eu já jantei e já estou no meu quarto com a porta fechada. E no meio disto tudo, continuei a mandar currículos a torto e a direito.

Claro que psicologicamente isto tem dado cabo de mim. Sonos completamente trocados, muito choro. E acima de tudo, aquele sentimento de inutilidade. Do género "Vou jogar um bocadinho de computador, apesar de serem cinco da tarde e se fosses outra a esta hora estavas era a trabalhar".

Eu sabia que não podia arrastar isto para sempre. Afinal de contas, acabei a tese no fim de Outubro (apesar de oficialmente a minha nota só ter sido lançada algures em Dezembro). E tive de impor a mim própria um limite. Adivinham? Exacto, fim de Janeiro.

Esta foi a minha última semana. Dei o tudo por tudo: Abri tabs atrás de tabs de páginas de empresas e fui mandando currículos atrás de currículos para as que me interessaram (e para outras que não me interessaram mas o desespero falou mais alto), e para posições anunciadas por recrutadoras. Bom, fiz isto até quarta. Na quinta fartei-me de não ter uma única resposta. E fui-me abaixo. E hoje/ontem também.

Neste momento reside uma pequena esperança de ter alguma resposta positiva na próxima segunda, mas acho que tenho que me mentalizar para a realidade: Vou ter que procurar qualquer coisa por aqui (de preferencia longe das consultoras) e trabalhar durante algum tempo.

Infelizmente, isso implica, possivelmente, ter de passar um ano (ou mais, who knows) a namorar à distância, porque o meu namorado conseguiu uma resposta positiva logo no primeiro curriculo que enviou e está bem encaminhado nas entrevistas. Implica, possivelmente, sair aqui de casa e alugar um quarto (não necessariamente por causa da localização, mas porque há coisas que eu estou cansada de aturar). Implica ter de dar razão à minha família (e eu odeio dar o braço a torcer. Principalmente porque à pala dos comentários deles eu acabei por não me empenhar a 100% na procura de emprego).  Implica seguir aquela música velhinha da Fergie: "It's time to be a big girl now". Excepto que na música "Big girls don't cry", e eu choro bastante.

Espero eventualmente que esta nuvem negra passe e eu consiga ver as coisas pelo lado positivo. Afterall, this too shall pass.

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