Quer dizer, gosto de fazer fazer os sonhos, fazer a massa, deitar colheradas no óleo quente e vê-las inchar e transformarem-se em esferas imperfeitas.
Gosto de comer os ditos sonhos. E a torta de laranja que convenço a minha mãe a fazer. E o arroz doce. E Ferrero Rocher.
E abrir prendas.
But that's it.
Em minha casa não existe o juntar a família porque maior parte da minha família mora longe e festeja o Natal com as respectivas famílias. Juntamo-nos apenas quatro na noite de 24, quatro pessoas sem jeito nenhum para festejos.
No dia 25 o meu avô junta-se a nós para almoçar. E depois de almoço uns vão para o café, outros dormem a sesta, e eu entrego-me à habitual melancolia.
Há já alguns anos que é assim.
O ano passado foi sem dúvida o pior, depois de ter comunicado que estava à procura de emprego dentro e fora de Portugal e ter tido o jantar de Natal do inferno.
Este ano as coisas estão mais calmas. A vida estabilizou ligeiramente, mas continuo sem vontade nenhuma de festejar.
Ao menos tenho uma prenda embrulhada cá em casa que o meu namorado me comprou e que não faço a mínima ideia o que será.
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