segunda-feira, 18 de julho de 2016

What's new?

A minha casa é quente. Tipo, mesmo quente. Tanto a cozinha como a sala apanham sol maior parte do dia e não têm estores nem nada que bloqueie a luz. Foi um fim de semana divertido.

A minha vizinha de baixo é uma peixeira do pior e conseguiu arruinar-me o domingo quando se pôs aos berros porque um dos vizinhos de cima andou a fumar à janela e a cinza voou toda para a roupa que ela tinha estendida (não, não fui eu, eu não fumo). Compreendo que seja motivo para ficar chateada (até porque no dia em que ela resolveu fazer uma churrascada que durou o dia inteiro e nao pude abrir janelas nenhumas, fiquei com a roupa que tinha estendida a cheirar a churrasco e tive que a lavar de novo). Não acho que largar numa berraria de acordar cadáveres às oito e meia da manhã de um domingo resolva alguma coisa.

A parte que deu vontade de rir (ou de chorar)? Ela a gritar que não pode estar em paz na sua casa porque as pessoas não sabem viver em condomínio. Exacto, a pessoa que estava a gritar às oito e meia da manhã no quintal, mesmo por baixo da janela do meu quarto.

A noite passada foi horrível. Estava ansiosa, tinha imenso calor, sentia-me horrivelmente abafada, sem conseguir respirar como deve ser. Passei a noite a acordar, entre ligar a ventoinha, passar uma toalha molhada pelos braços e pernas para tentar arrefecer, ouvir os aviões a passar, e estar a ser comida viva por mosquitos.

Logo hoje que tinha que chegar mais cedo ao trabalho.

Tive uma reunião de manhã para dar e receber feedback sobre o meu estágio, que acaba daqui a cerca de duas semanas.

Em princípio fico por cá, mas até ter o contrato assinado não festejo.

Estou a precisar horrivelmente de férias.

Qualquer pessoa externa que olhe para mim pensa que estou a ser mariquinhas. Que estive meses sem trabalhar, e que estou num estágio onde não tenho as mesmas responsabilidades que os outros e por isso não tenho direito a estar cansada.

Claro que estive meses desempregada à procura de emprego fora do país para partir à aventura, sem sucesso. Quando desisti disso tive de procurar emprego por aqui. Foi o stress das entrevistas, e o stress dos challenges e de ir aos escritórios das empresas passar o dia sem saber muito bem como lidar com isso. Foi o stress da espera por resposta. Foi o começar a trabalhar, sabendo que só tinha salário garantido por quatro meses e que depois disso poderia ter de voltar à procura.

Foi o procurar casa e passar horas à procura do sítio ideal. Foi as visitas, as decisões a tomar, o assinar o contrato, as mudanças, as idas ao ikea.

Tem sido uma mixórdia de stress, e eu psicologicamente estou um caco. Ando cansada, sem energia para nada, e isso começa a ressentir-se até no estágio.

Espero conseguir ter um intervalo de alguns dias entre o termo de um contrato e o inicio de outro. Nem que seja para ir até à terra, dormir até ao meio dia e comer comida da minha mãe. Ou com um bocadinho de sorte, ir para um sitio qualquer (doubt it.)

Vamos lá a ver. Não percam o próximo episódio porque nós também não!



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