"Precisava de te dar um recado.
Por isso, escrevi-o num pedaço de papel com uma vulgar caneta Bic.
A mensagem, curta, mas sentida, dizia "Amo-te".
Dobrei o papel, coloquei-o no bolso, calcei os sapatos e fui à tua procura. Queria ser eu a entregar-te este pequeno papel, olhar-te nos olhos e descobrir a tua reacção.
Procurei no teu local favorito, mas não estavas lá.
Perguntei aos teus amigos, mas nenhum me conseguiu responder.
Até que o vento me deu a resposta, arrancando-me o chapéu e levando-o para junto de ti. Corri atrás do chapéu e acabei por te encontrar.
Mas não estavas sozinho. Nesse momento percebi que há muito que não estavas sozinho, e que a minha cegueira chamada amor não me tinha deixado ver isso.
Apertei o pequeno papel na minha mão.
Caminhei até à beira-rio.
Até o vento sentiu pena de mim e deixou de soprar.
Sentei-me à beira de água e rasguei o recado em mil pedaços.
Lancei-os ao ar e observei-os a cair na água.
A tinta da Bic dissolveu-se, o papel desfez-se.
Levantei-me.
Comecei a trilhar o caminho de volta a casa.
O meu coração estava leve.
E o vento tinha voltado a soprar"
(Não, isto nao é uma situação real, não é de nenhum filme, nem sequer é um desabafo do que sinto. É simplesmente o que a minha cabeça consegue fazer às 05:14 da manhã)
1 comentário:
ta lindo catarina...
mt profundo mesmo
adorei
Enviar um comentário